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Empresa israelense anuncia ampliação de subsidiária gaúcha

Empresa israelense anuncia ampliação de subsidiária gaúcha
Elbit pretende injetar 50 milhões de dólares na Aeroeletrônica para a modernização de 70 aeronaves

A israelense Elbit, um dos maiores conglomerados de eletrônica embarcada do mundo, ampliará sua subsidiária gaúcha, a Aeroeletrônica (AEL), para que possa ser cumprido em Porto Alegre um contrato de 50 milhões de dólares para a modernização de 70 aeronaves. É a primeira vez que a Elbit, que tem 10 mil funcionários no mundo, fará na capital gaúcha a renovação de aviões de outros países, já que, normalmente, os contratos são executados e

m Israel ou no país que fez a encomenda. No entanto, o faturamento da empresa no RS, que hoje alcança 20 milhões de dólares anuais, poderá chegar aos 100 milhões de dólares em 2013 se a empresa centralizar em Porto Alegre todos os novos contratos que espera estabelecer com a Força Aérea Brasileira e a Embraer, além de novas exportações que estão sendo negociadas. Para isso, os secretários municipais Idenir Cecchim, da Produção, Indústria e Comércio, e Cristiano Tatsch, da Fazenda, que integram a missão gaúcha que visita Israel, reuniram-se nesta segunda-feira, na sede da empresa, em Haifa, com Ran Hellerstein, vice-presidente executivo da área aeroespacial, e Joseph Nemesh, vice-presidente do programa Brazil Aeroespacial da Elbit, a quem ofereceram a redução do ISSQN de 5% para 2% sobre o faturamento anual, desde que a AEL esteja recolhendo em 3 anos um montante semelhante ao que paga hoje do tributo municipal com as taxas atuais. Os secretários acertaram também uma visita da direção da Elbit ao prefeito José Fogaça, que ocorrerá em 17 de novembro, quando a empresa poderá anunciar sua ampliação na cidade. Porto Alegre disputa estes investimentos com outras regiões do país, especialmente porque a Embraer, por exemplo, prefere que a Elbit, que se tornará uma de suas principais fornecedoras, estabeleça-se em área mais próxima a São José dos Campos. O secretário Cristiano Tatsch destaca que a prefeitura está oferecendo à AEL o mesmo que já propõe a outras empresas de diversos setores que invistam na cidade. Ele lembra que o tipo de atividade que a AEL pretende desenvolver é estratégico para a cidade, pois a indústria do conhecimento e da alta tecnologia deve ser a nova vocação de Porto Alegre. De qualquer forma, a cidade já sai na frente de outros eventuais concorrentes, pois a AEL já havia solicitado à prefeitura permissão para construir um novo prédio na área que possui junto ao Aeroporto Salgado Filho. Novas máquinas e softwares que, em alguns casos, chegam ao valor unitário de 1,5 milhao de dólares, também deverão ser adquiridos. O mais relevante, contudo, é que dois grupos de jovens engenheiros gaúchos já estão em treinamento na sede da empresa, em Haifa. O primeiro deles, com treze integrantes, está em Israel há mais de um ano. O outro grupo, de nove engenheiros, chegou ao país na semana passada. Pela primeira vez, funcionários de uma subsidiária de outra nacionalidade que não a israelense estão conhecendo profundamente as operações e os segredos da Elbit, uma gigante na área de defesa que á responsável, por exemplo, por 90% dos capacetes de alta tecnologia usados pelos pilotos militares do hemisfério ocidental, inclusive do Brasil. A Elbit, que cria, desenvolve e instala equipamentos que vão de modernos cockpits a miras inteligentes de mísseis, passando pelos capacetes que incorporam visores digitais com sensores de movimentos que permitem a um piloto atingir um alvo sem tirar as mãos dos controles, está se preparando para modernizar boa parte da frota da FAB, transformando, por exemplo, os antigos aviões de combate F5 em aeronaves tão eficientes como os modernos F16 que disputam com franceses e suecos o fornecimento de novos aviões ao Brasil. A Elbit, por meio da AEL, espera ser a principal fornecedora da FAB qualquer que seja o país escolhido para vender os aviões, já que a transferência de tecnologia é um dos itens obrigatórios do pacote. A presença dos engenheiros gaúchos na reunião em que a Elbit recebeu a missão liderada pelo secretário estadual Márcio Biolchi, da SEDAI, propiciou até mesmo que os integrantes do grupo matassem a saudade do chimarrão, presente na sala de reunião da Elbit. Antes do encontro, o grupo percorreu o Matam Park, um Centro Tecnológico que abriga não só a sede da Elbit, mas também outras empresas do setor, como a Intel. Em um dos encontros, a diretora de Inovação da Tecnosinos, Suzana Kakuta, acertou com a Technion, a principal universidade tecnológica israelense, fundada em 1912, antes mesmo do Estado de Israel, a ampliação da parceria que vinha sendo negociada com a entidade. A Tecnosinos e Technion vão gestionar juntas perante a União Européia recursos de US$ 15 milhões que possibilitem a instalação, em São Leopoldo, de um laboratório de nutracêutica, que engloba farmácia, engenharia de alimentos e nutrição e propicia, entre outros benefícios, pesquisas para a produção. Fonte: Telmo Flor / Enviado Especial

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