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Know-how holandês para hidrovias gaúchas

A construção da plataforma P-53 em Rio Grande foi, literalmente, um divisor de águas para a economia do Estado. Isso, aliado à implantação do Dique Seco e à utilização da hidrovia pelo terminal em São José do Norte, é fundamental nos novos rumos que queremos para o RS. O desenvolvimento das aquavias interiores, atualmente subutilizadas, oferece a perspectiva de ligação entre regiões com alta capacidade produtiva e a Capital e, por conseqüência, ao Porto de Rio Grande.Na segunda quinzena de agosto, o governo gaúcho estará na Holanda assinando o acordo de cooperação para desenvolvimento de portos e do transporte fluvial no Estado. O documento, a ser firmado no Ministério dos Assuntos Econômicos dos Países Baixos pela governadora Yeda Crusius, irá garantir que o Estado seja o primeiro do Brasil a receber know-how do país-referência no setor hidroviário mundial. É essencial à nossa economia essa adequação, pois incrementar o modal hidroviário significa maior lucratividade com menos gastos. A bacia Sudeste, onde está a malha aquaviária gaúcha, formada por diversos cursos navegáveis, tem atualmente menos de 4% de seu potencial aproveitado. O propósito do governo estadual, por meio das secretarias de Infra-Estrutura e Logística e do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, é reverter esse quadro. Primeiramente, manter as condições de navegação Cachoeira do Sul/Guaíba, assegurando o transporte da Aracruz, estimado em 10 mil t/dia de madeira durante o ano. Posteriormente, possibilitar o desenvolvimento aos mais de 60 municípios ribeirinhos que ainda não se valem dessa logística. A presença da Sedai nesse processo objetiva maior visibilidade internacional sobre as potencialidades do Estado, atuando na atração de novos negócios que futuramente irão se valer das hidrovias otimizadas para escoamento da produção. Novos empreendimentos já podem ser previstos, pois empresas como a Royal Boscallis, maior no ramo de dragagem da Europa, é uma das interessadas em atuar na malha hidroviária do RS. A cooperação internacional deverá agregar valor aos serviços portuários gaúchos, podendo ser ainda o caminho para novos e decisivos acordos de cooperação. Nas cidades gaúchas onde houve colonização holandesa, como Não-me-Toque e Panambi, podemos vislumbrar as características empreendedoras desse povo que irá acolher os representantes do Estado. As experiências do sucesso da Holanda, com sua capacidade e qualidade nos serviços portuários, serão fundamentais na adequação necessária às hidrovias do Rio Grande do Sul.
Fonte: Correio do Povo

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