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O jovem e a vida pública

Na vida pública, aprendemos, concordamos e discordamos em relação a diversos aspectos da política. Esta caminhada não é programada, mas se constrói ao longo do percurso. Infelizmente, os jovens brasileiros não enxergam a política naturalmente e sem preconceitos. Sua descrença ainda pode ser transformada por não serem tão calejados. Eles terão o ônus e o bônus de serem governantes ou governados. A sociedade deve estimular o gosto dos jovens pela política para que não amadureçam alienados às discussões. Ninguém tem o direito de se pôr à margem desse processo, nem de duvidar de seu poder de decisão.Como se sabe, eleições não dependem apenas da competência do candidato. São diversas as razões que influenciam na decisão do voto. Cabe a nós indicar representantes, fiscalizar e buscar prestação de contas sobre todas as ações do mandato. A atitude de ficar à margem desse processo levou o general grego Péricles (495-429 a.C) a classificar como idiotas (idios) os cidadãos que não se envolviam com questões do país. Sabemos que o Brasil é uma terra das mais promissoras, mas que demora a engrenar. Os anos passam e ainda resta muita vergonha por tudo aquilo que ainda não foi resolvido. Cobramos todos os dias uma grandeza de nossa nação, com inclusão, justiça e igualdade, só que a necessária mudança depende dos jovens em relação a esse contexto, com maior consciência sobre o papel de cada um em relação a tudo que assistimos pasmos sem fazer nada.A Holanda, onde o Rio Grande do Sul busca apoio tecnológico, tem o tamanho sete vezes menor que nosso Estado. Um país que detém mais da metade da exportação de toda a Comunidade Européia tinha, no passado, apenas um terço do tamanho atual. Uma potência que teve suas terras construídas artificialmente sobre o mar nos serve de exemplo da capacidade de um povo para transformar sua realidade. A participação coletiva e a força de vontade levou os holandeses à superação. Lá, crianças aprendem desde cedo a importância e as bases de sua economia, sem que seus jovens e adultos esperem apenas pela realização de promessas vazias feitas durante o período eleitoral.O Brasil tem tudo para ser o país do futuro. Tem clima, riquezas naturais e grande potencial humano. O papel da política nisso tudo é organizar e fazer com que todos trilhem o mesmo caminho. Os futuros homens públicos devem ter bases sólidas, construídas em cima de retidão e sem preconceitos. A política, assim como a livre expressão, é direito conquistado após muita luta. Não podemos fugir das responsabilidades, nem manter a descrença sem agir em contrário, seja no voto ou na cobrança. Esta é a mentalidade a ser impressa na juventude brasileira. Seu maior interesse e participação podem trazer de volta a crença no poder público. A vida pública não é uma carreira ou profissão, mas a possibilidade de pessoas de bem, com boas intenções, contribuírem para um futuro melhor. Os jovens de hoje estarão no poder amanhã e teremos grandes feitos quando a cultura da participação política for alcançada.
Fonte: Jornal Zero Hora

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