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Relação de trabalho faz parte do desenvolvimento

O capital nunca observou fronteiras. Quando a indústria incentivou o ciclo da borracha, o Brasil teve uma importância efêmera que na seqüência transferiu-se para outras paragens, deixando imenso contingente de homens e mulheres perdidos na Amazônia brasileira. Precisamos estar atentos a essa realidade. A recente crise das hipotecas nos Estados Unidos teve efeito devastador na economia mundial.  
 Nós, no Rio Grande do Sul, estamos permanentemente disputando investimentos capazes de criar postos de trabalho e gerar renda interna com produção voltada ao mercado interno e externo. A China, que abriga ¼ da população mundial, concorre conosco os mesmos investimentos. Seu conhecido custo interno da mão de obra vem contribuindo para decisões de negócios que não são favoráveis a nós. 
Atualmente, um novo debate se instalou no Brasil – A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/1995 que pretende reduzir a jornada de trabalho das atuais 44 horas semanais para 40 e suas implicações. Seus defensores estimam que a redução da jornada de trabalho resulte na criação de dois a três milhões de novos empregos, quase que exclusivamente na substituição de operadores de equipamentos nas linhas de produção.
Por outro lado, o setor da indústria despreza essa alternativa por significar aumento nos custos de produção, diminuição do mercado de consumo e aumento na informalidade. 
O prioritário nesta discussão é avaliar o equilíbrio entre geração de emprego e aplicação de novas tecnologias. Ao inovar linhas de fabricação ou montagem de um produto, a empresa prioriza a tecnologia e o trabalhador que irá operar o sistema necessita de capacitação. Este deve ser o foco uma vez que a relação de trabalho é parte da busca do desenvolvimento da sociedade, independente do porte da empresa e do segmento de mercado em que opera. O que precisamos eliminar é a informalidade que contribui para as mazelas que tanto nos preocupam, além de propiciar novas oportunidades de forma tangível. Criar formas palpáveis para a absorção de mulheres e homens ansiosos por uma oportunidade de trabalho sem propostas superficiais que irão se perder em pouco tempo.
Fonte: Jornal do Comércio

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