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Márcio Biolchi: ?É importante ter a liberdade de não fazer oposição pela oposição?

Terceiro candidato mais votado do seu partido para o Parlamento estadual, com 63.932 votos, o deputado Márcio Biolchi (PMDB) chega em 2011 ao seu terceiro mandato. A reeleição, segundo ele, apresenta uma diferença importante em relação à primeira eleição: já embute uma avaliação do trabalho do político. “Na primeira eleição, você busca um espaço. A reeleição pressupõe uma prestação de contas”, compara.  
Ele lembra que não é um deputado “temático”, ou seja, que tem foco num determinado tópico, como saúde ou educação, ou numa determinada região ou setor da economia. “Eu tenho a preocupação em apresentar resultados eficazes para a população, seja no projeto que for”, explica.  
Na sua visão, o estado tem problemas de todos os tipos, por isso não se justificaria uma atenção sua a um assunto em especial. A conquista do novo mandato significa que a sua forma de trabalhar foi compreendida e aceita pelo eleitor. “Todas as áreas pelas quais o serviço público é responsável são importantes. Segurança, educação, saúde, todas. Por isso que o poder público tem a relevância que tem”, argumenta. 
ModeraçãoDurante seu próximo mandato, Biolchi adianta que seu trabalho será comprometido com o Rio Grande do Sul, não com o governo ou com a oposição. “Manter esse equilíbrio dilui um pouco o acirramento de posições que o estado vinha vivendo nos últimos anos. Acho que essa é uma tendência na Assembleia”, projeta. Pretende atuar com a liberdade de não fazer “oposição pela oposição”, mas também de fiscalizar o governo. “Essa é uma maturidade política que a sociedade exige hoje”, analisa.
Ao contrário da legislatura atual, quando foi secretário do Desenvolvimento por dois anos, na próxima “concretizará sua contribuição para o Estado no exercício do mandato”, já que o PMDB, até o momento, não faz parte da base do governo Tarso.
Com uma atuação moderada, o deputado acredita que está também se preparando para “voos mais altos”, pois não ter uma atuação muito restrita deixa mais portas abertas. “Eu tento me preparar para, se tiver oportunidade, ter a maturidade suficiente para corresponder a responsabilidades maiores”, projeta. Com 31 anos, além de titular da Sedai, quando foi o responsável pela criação do Distrito Industrial de Guaíba, no antigo terreno da Ford, já foi também líder da bancada na Assembleia, líder do governo e presidente interino do PMDB estadual. Em 2000, quando começava a carreira política, foi ainda o vereador mais votado em Carazinho, sua cidade natal.
Biolchi acredita que construiu seu bom relacionamento com todas as bancadas com a franqueza. “Não me caracterizo por pensar uma coisa, falar outra e fazer outra”, sustenta. Com sua juventude e ao mesmo tempo experiência já acumulada, defende que alia maturidade com o ímpeto de fazer, de querer dar resultado. “Sei que para o meio ainda sou jovem, mas já estou nisso há 11 anos”, completa.  
Também garante que não tira os pés do chão. “Eu convivi com a política desde cedo, então eu não me fascino”, diz. Seu pai, Osvaldo Biochi, foi deputado federal por três mandatos, além de suplente na legislatura que se encerra em 2010. Mas não está certo de que a política está no DNA. “Meu pai foi padre e eu não fui padre”, brinca. Por sinal, houve até uma época em que ele não gostava muito do assunto.  
Conta que todo mundo estranha que as influências que teve com seu pai foram bem menores do que tradicionalmente alguns outros políticos têm com os pais. “É que nós convivemos os dois com mandato, os dois em atuação simultaneamente, então a gente separou muito bem: cada um, cada um”, explica. Tanto que ele já é até excluído das reportagens que mostram os filhos que têm pais políticos. “Eu devo muito a ele, não tenho dúvida, mas acho que já consegui firmar o meu próprio passo. Se tu não fizeres isso, a eleição não perdoa”.
É casado com Carolina e seu primeiro filho deve nascer em fevereiro. Planeja também se formar em Direito no próximo ano. 
VotaçãoO deputado registrou votos em várias regiões – foram 466 municípios. Sua maior votação foi em Carazinho (15.687), mas outras cidades nas quais recebeu votação expressiva foram Garibaldi (2.224), Porto Alegre (2.098), Tapejara (1.534) e Não-me-Toque (1.528).
Por: Simone Fernandes – MTB 12893 / Edição: Letícia Rodrigues – MTB 9373 / Foto: Walter Fagundes / Ag. AL

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