O deputado Márcio Biolchi (PMDB) homeangeou, no Grande Expediente da sessão dessa terça-feira (19), os 20 anos do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP). A entidade nasceu para fazer do Rio Grande do Sul uma referência na excelência de gestão das organizações e hoje promove, anualmente, um dos maiores eventos mundiais na área da qualidade. Um novo paradigma para as organizações
Diante do inevitável processo de globalização, que se acentuou nos anos 80, as empresas brasileiras viviam processos dispendiosos e ultrapassados. O consumidor doméstico já passava a perceber que o produto lá de fora chegava com melhor tecnologia e preço mais acessível. “Era preciso mudar e iniciar uma revolução que coloca como o valor mais alto de qualquer empresa o recurso humano e sua capacidade de interferir em favor da melhoria contínua”, destacou Biolchi. A partir desta leitura sobre os métodos de gestão e do potencial das pessoas em cada estágio que estão assentados os conceitos da qualidade e produtividade. Foi nesse contexto que o Rio Grande do Sul foi protagonista ao lançar, em 1992, o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade no Teatro Dante Barone da Assembleia. Como consequência de um encontro de entidades empresariais, o PGQP estabeleceu-se como uma parceria entre o setor público e a iniciativa privada em busca da difusão dos principais conceitos da qualidade. “É preciso reconhecer a pronta determinação do então governador Alceu Collares e de toda sua equipe, em especial da Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, em reservar o devido apoio no surgimento do Programa”, lembrou Biolchi. O deputado ressaltou ainda a liderança dos empresários Jorge Gerdau Johannpeter e Ricardo Felizzola na trajetória de sucesso da entidade. Depois dos primeiros seis anos de trajetória junto à Secretaria de Desenvolvimento, o Programa busca sua maior autonomia em 1998, quando assume a condição de entidade comunitária: a Associação Qualidade RS/PGQP. “Significou que os princípios da qualidade e produtividade se transformassem, de modo irreversível, em uma política de Estado.” A capacidade de mobilização pode ser medida pelo número de adesões ao Programa disponível a toda e qualquer organização, independente de seu segmento de atuação ou tamanho. São ao todo 9.757 organizações, o que representa um contingente superior a 1,2 milhão de pessoas. O Programa já envolve um universo de 15 mil multiplicadores dos conceitos de gestão com foco na sustentabilidade, na capacitação de mais de 300 mil pessoas. Preocupações e resultados
Estudos recentes mostram o quanto o Brasil vem perdendo terreno em termos de competitividade nos últimos três anos. “Ocupamos agora a 46ª posição de um ranking que mede as 59 economias mais importantes no cenário mundial a partir de informações que levam em conta o crescimento do PIB, taxa de juros, inflação e a exportação de produtos com maior valor agregado”, explicou Biolchi. De acordo com o deputado, é inevitável observar que o peso tributário e o atraso nos investimentos para superar os gargalos da infraestrutura logística colocam os nossos produtos em patamar de desigualdade flagrante. Biolchi também está preocupado com a eficiência no âmbito dos serviços públicos. “É fundamental que esta Casa enalteça o quanto o PGQP representou em termos de avanços para o setor público, buscando qualificar a essência do serviço oferecido ao cidadão, o contribuinte”. Neste sentido, ressaltou o parlamentar, o PGQP desenvolveu parcerias e projetos para melhor aproveitamento dos recursos, modernizar os mecanismos de receita e reduzir despesas. As ações do Programa Gaúcho na área pública trouxeram resultados financeiros mensuráveis. Diante de R$ 60 milhões de investimento inicial – em grande parte de contribuição do setor privado, estas parcerias redundaram na geração de R$ 7 bilhões em ganhos nas mais diferentes esferas públicas, desde o governo do Estado, Tribunal de Justiça, Prefeitura de Porto Alegre e as principais empresas públicas como Corsan e CEEE. A meta e a supermeta definidas a cada ano pela Secretaria da Fazenda, que colocaram a arrecadação de ICMS acima dos R$ 19 bilhões em 2011, são situações decorrentes do PGQP. Para o deputado, melhorar e qualificar o serviço prestado diretamente ao cidadão, é um compromisso de todos. “Nos parece urgente, se observarmos o nível dos serviços que o Estado presta na área da saúde pública, na segurança e inclusive no ambiente escolar.” Apartes
Manifestaram-se, representando suas bancadas, os seguintes deputados: João Fischer (PP), Alceu Barbosa (PDT), Cassiá Carpes (PTB), Adão Villaverde (PT), Lucas Redecker (PSDB), Heitor Schuch (PSB), Raul Carrion (PCdoB) e Giovani Feltes (PMDB). Presenças
Prestigiaram o Grande Expediente, o presidente do Conselho Diretor do PGQP, Ricardo Felizzola, o ex-governador do Estado, Alceu Collares, o sub-secretário do Tesouro do Estado, Felipe Rodrigues, representando o governo do Estado, o subprocurador-geral de Justiça, Daniel Sperb Rubin, o defensor Público Miguel Seadi Junior, o representante do Tribunal de Contas do Estado, André Dietrich, e o ex-secretário de Estado do Turismo Günther Staub.