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Relatório sobre Carvão e Energia Eólica fica pronto em agosto

As potencialidades energéticas localizadas na Metade Sul do Estado, tanto para aproveitamento de bolsões eólicos, como de jazidas de carvão, poderão dar suporte para geração ao sistema e por consequência, provocar o desenvolvimento econômico para a região. Mas as linhas de transmissão inexistentes nesta localidade ainda são alguns dos empecilhos para o aproveitamento na matriz energética. E este fator é pré-requisito para os projetos que venham a concorrer ao leilão público A-2 programado para 23 de agosto. As conclusões foram estabelecidas durante a Audiência Pública promovida na Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira (15/07) pela Comissão Especial de Carvão e Energia Eólica, que reuniu autoridades nestes temas. Os painelistas, o consultor e engenheiro João Ramis e o jornalista Elmar Bones (Já Editores), sinalizaram as principais perspectivas do segmento carbonífero e eólico. O evento, presidido pelo deputado estadual Márcio Biolchi (PMDB), reuniu cerca de 30 representantes do setor.Entre outras conclusões da reunião, o Rio Grande do Sul poderá produzir entre 10 e 15 anos, cerca de 20 mil MW e tornar-se autossuficiente se houverem investimentos no segmento energético. Segundo Ramis, o Estado tem um pico de demanda de 6 mil MW, porém, produz somente um terço deste total. Segundo ele, o atlas eólico gaúcho indica localidades como Livramento, Bagé e Santa Vitória do Palmar como municípios potenciais na geração éolica. “ A Metade Sul, que historicamente vem perdendo espaço no cenário econômico, poderá reverter este quadro pois apresenta riqueza mineral com reservas de carvão e um ‘pulmão’ eólico invejável”, projetou. Ramis classifica ainda que a Metade Sul poderá concentrar outras atividades industriais com o beneficiamento de resíduos do carvão, podendo instalar um cluster carbonífero próximo às jazidas, a exemplo do que acontece em países da Europa, como a Alemanha. “Os projetos competitivos com base tecnológica e abrangente no aspecto de beneficiamento do carvão poderão revigorar a economia do Estado”, aponta.Mas para o jornalista Elmar Bones, ainda existe uma espécie de tabu sobre a imagem extrativista do carvão, taxada como poluidora. Segundo o palestrante, a desatualização da informação sobre a atividade carbonífera, minada pelo preconceito, ainda entravam eventuais investimentos. A proórpia questão política pode também ser um impeditivo.“Se a atividade carbonífera, ao invés de estar no Rio Grande do Sul, tivesse em São Paulo, creio que lá teria avançado “, compara. Segundo Bones, a discussão superficial inibe o debate. “A tendência do segmento ambiental é minimizar o debate do carvão. Já em nível acadêmico, os pesquisadores estão retraídos diante da valorização da pesquisa nesta atividade”, afirma.Participaram da audiência pública, o presidente da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), Sereno Chaise e o presidente da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), Elifas Simas, além dos deputados estaduais Frederico Antunes, Marcelo Moraes e Valdeci Oliveira.Todas as audiências públicas já organizadas desde abril pela Comissão Especial direciona os temas em questão buscando elucidar as potencialidades de geração de energia no Estado, em suas mais diferentes perspectivas para geração de Energia. Após as conclusões de cada audiência, será redigido um relatório final dos encontros para divulgação junto ao público.

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